sexta-feira, 31 de julho de 2015

CAIO JÚLIO CÉSAR

CAIO JÚLIO CÉSAR

Filho de patrícios, Júlio César foi educado na grande escola de Rodes, onde aprendeu a arte de bem-falar e escrever, foi um dos homens mais cultos de seu tempo, também era um homem muito ambicioso, esta ambição que o levou para a política. Para alcançar poder associava-se tanto com as classes altas quanto com as classes baixas da população.
Conquistou fama, quando ao representar cidades gregas, acusou um governante romano de corrupção. Roma ficou espantada ao ver um romano ser chamado a prestar contas por explorar povos submetidos. Catão, senador romano, assinalou Júlio César como um indivíduo a ser vigiado no futuro.

Júlio César inicialmente era um libertino entregue a vários vícios. Divorciou-se da segunda mulher, Pompéia, alegando que "a mulher de César tem de estar acima de qualquer suspeita". Com o passar dos anos, César resolver despir-se de todos os seus vícios e libertinagens. Assumiu o cargo de governador da Espanha Ocidental, onde dominou toda região da Península Ibérica, anexando-as ao jugo romano.
César compartilhava das privações e dificuldades junto aos seus soldados, estes o adoravam, e com eles participava durante dias e noites das campanhas, sempre à cavalo, forjando assim um físico e um temperamento muito forte.
Quando retornou a Roma, César propôs a Crasso, seu provedor de fundos, e a Pompeu constituir um triunvirato (maior associação política romana, onde três eram os governantes), com isto, César foi eleito cônsul por unânimidade. Neste cargo redigiu uma lei onde seriam distribuidas terras no estrangeiro aos veteranos de guerra. O senado se opôs à lei de César, que a levou então ao Fórum (praça no coração de Roma) e colocou a lei ao voto popular. A constituição permitia tal ato, mas ainda assim Roma inteira ficou surpreendida pela coragem de seu jovem cônsul. César, caiu nas graças do povo, e Pompeu, ídolo do momento, o apoiou no Rostro (plataforma destinada aos oradores). O povo mostrou sua aprovação de forma extrondosa e César encaminhou-se para o senado à anunciar a aprovação da lei. César, para que o povo estivesse ciente dos acontecimentos políticos, mandava afixar pela cidade notas de como andavam as aprovações das mais diversas leis.
Quando encerrou seu mandato consular, em 59 a.C., o senado consedeu a César o governo da Gália Romana (hoje França Mediterrânea), uma província distante e ameaçada por povos bárbaros.
Neste período, Júlio César, escreveu um grande capítulo da sua vida, o livro "De Bello Gallico" (A Guerra Gálica), grande clássico da língua latina.
Neste região, a maior ameaça, vinha dos povos Germanos, povo muito numeroso, César os derrotou em Alsácia, leste da França. Derrotou também os Belgas junto aos rios Marne, Mosa, Sambra e Somme.
Em duas expedições castigou os Bretões, inpondo-lhes o jugo romano. César passou oito anos até passificar toda região. Tornando a Gália província romana. Até hoje se persebe nas leis, na língua, na literatura e na arquitetura francesa a herança recebida do tempo de dominação romana.
Com a glória alcançada, igualou-se em feitos militares a Pompeu, César passou, então, a assombrar a aristocracia privilegiada romana.
Em 53 a.C., Crasso foi morto no Oriente quando lutava contra os partas, este fato pôs fim ao triunvirato. O senado nomeou Pompeu como cônsul único (52 a.C.) e mandou chamar a Júlio César de volta da Gália, mas não como general e sim como cidadão comum. Quando Júlio César estava por retornar a Roma, o senado levantando vários ascândalos do passado do general, o chamou a um inquérito. Este sabendo que seu exército o seguiria por toda parte e sabendo do declínio repúblicano e da corrupção do senado, preparou-se para tudo e atravessou o rio Rubicão, declarando guerra ao senado.
As legiões enviadas para conter o avanço de César, acabaram por se juntar a este.
César, agora com o exército ainda maior, avançou sobre Roma, Pompeu fugiu para Grécia, onde tinha suas tropas aliadas. Alí em Farsália, em nove de agosto do ano de 48a.C., os dois maiores gênios militares da época mediram forças. No final do dia pompeu erqa um fugitivo.
Pompeu, figiu para o Egito, tentando apoio de Ptolomeu, jovem rei egípcio, porém este mandou decapitar Pompeu e entregou o vencido à César, achando que o agradaria, porém César ficou horrorizado, para surpresa de Ptolomeu.
Ptolomeu havia destronado sua irmã, Cleópatra, contrariando determinação de seu pai, que ordenara o reinado mútuo dos filhos. Cleópatra, agora saudava César como seu vencedor.
Existem várias versões do que ocorre neste trecho, a mais aceita é que Cleópatra tentara por vários meios chegar a presença do governador romano, em determinado momento envolveu-se num valioso tapete que seria ofertado ao romano. Quando desenrolou-se o tapete, surgiu a jovem rainha do Egito, loura (Cleópatra era Grega Macedônica e não Egípcia) e insinuante, seduzindo então César.
Por ela e por Roma, Júlio César submeteu Ptolomeu e colocou Cleópatra no trono do Egíto, sob proteção de Roma, este domínio romano o tornou o reino mais rico da Terra.

Partidários de Pompeu juntarm forças na Espanha e norte da África. Cásar atravessou então o norte africano até a Tunísia e ali encontrou dez legiões comandadas por Catão, antigo desafeto, e o rei da Numíbia, compostas de uma veloz cavalaria e de cento e vinte elefantes de guerra.
Na véspera da batalha de Tapso, César foi atacado por outro velho inimigo: a epitepsia. O general então juntando suas forças, deu um discurso à sua tropas, estas que estavam já muito abatidas, deu ordens aos seus líderes, motivando a todos, após caiu em estado de inconsciência. Quando acordou, as legiões de Catão não mais existiam e o rei da Numíbia havia perdido o trono.
César retornou, trinfante, a Roma, acompanhando de Cleópatra e do filho de ambos, Cesarion. Roma então em festa recebia seu grande governante, o pavimento estremecia com a chegada dos vencedores, os vencidos acorrentados entravam à cidade, César com um coroa de louros entra triunfante seguido por outros carros de guerra e suas legiões em marcha, o desfile era acolhido ao som de trombetas e aplausos da população eufórica. Roma foi cenário dos mais exóticos espetáculos, banquetes, jogos e cortejos, nas arenas iluminadas por tochas, a população assistia a corridas de carros, lutas, caças africanas com quatrocentos leões, danças de guerra asiáticas e bailarinos gregos.
O senado agora submisso, conferia a César o título de Imperador vitalício, denominação que seus soldados já lhe atribuiam a muito tempo.
César, agora imperador, reforma o governo romano, organizado há séculos para servir um cidade-estado, o que não estava de acordo com o vasto império atual. César desproveu o senado de seu caráter aristocrático, nomeando mais de trezentos membros, na maioria entre pessoas das classes comerciais e profissionais liberais, até então menospresados. Concedeu cidadania romana a filhos de escravos libertos, aos gauleses e propôs-se torná-la extensiva a todos homens livres do império. Deu ainda liberdade de culto aos judeus.
Fundou colônias nas cidades de Sevilha, Arlés, Corinto e Cártago, para onde foram milhões de veteranos de guerra e desempregados colonisar as novas terras. César, pôs em prática várias obras públicas que incluiam a desobstrução de terras e embelesamento da capital, deu trabalho a milhares de homens. Restabeleceu o padrão ouro para dar estabilidade à moeda e reduziu os poderes do senado.
César reformou o calendário, astrônomos egípcios o auxiliaram, o mês de julho foi batizado em sua honra, foi estabelecido o ano de 365 dias e ano bissexto de quatro em quatro anos.
Enquanto as honras à César cresciam, também os que o odiavam eram cada dia mais numerosos.
Por volta de março de 44 a.C., conspiradores, a maior parte devia a César não só a fortuna como até a própria vida, atentaram contra o imperador na presença do senado. Casca, aproximou-se e pelas costas deu o primeiro golpe sobre a clavícula. César voltou-se e respondeu à agressão com a única arma que dispunha, uma pena de escrita. O restante dos conspiradores cercaram-no dando-lhe 23 golpes. Embora com a vista turba pelo sangue que escorria pelo rosto, César pode identificar Bruto (possivelmente seu filho) empunhando uma espada que lhe cravou nas entranhas.
As últimas palavras de César foram em grego: "Kai su teknom?", alguns historiadores afirmam que teriam sido em Latim (língua originalmente falada pelos romanos): "Tu quoque fili?" que quer dizer em português: "Também tu filho?", apesar de ter ficado imortalizada como "Até tu, Brutus?". Após as últimas palavras, César cai morto aos pés da estátua em honra ao velho inimigo Pompeu.
Todos que assistiam a trágica cena fugiram. A dor do povo tornou-se ainda mais profunda com a célebre oração de Marco Antônio ante o cadáver ensanguentado de César, mais tarde queimado em uma pira no Fórum.
A obra de Júlio César não desapareceu com sua morte. Concebeu e realizou, em parte, um governo de homens livres unidos numa única comunidade e acentou os alicerces do Império Romano base perdurável da civilização ocidental.
Hoje vemos na Comunidade Européia um ressurgir do Império Romano, mas quem será seu Júlio César?

terça-feira, 14 de julho de 2015

O Guarda Roupa de Henrique VIII








REQUINTE O departamento encarregado das vestimentas de Henrique VIII ocupava um prédio à beira do rio Tâmisa
A vida de Henrique VIII (1491-1547), o monarca inglês que fundou a Igreja Anglicana, sempre despertou atenção de historiadores, súditos e, claro, dos estúdios cinematográficos. Dos antigos representantes da nobreza anglicana, ele é um dos nomes mais conhecidos no mundo, ao lado de Elizabeth 1, sua filha. Parte de sua notoriedade se deve justamente à ousadia de ter desafiado o papa Clemente VII e ter se casado de novo, trocando Catarina de Aragão pela amante Ana Bolena. Excomungado, ele rompeu com o Vaticano e criou a nova religião. Por sinal, Henrique VIII é também famoso por seus seis casamentos e pela execução de duas de suas esposas, entre elas a própria Ana Bolena. Mas agora sua enérgica figura ganha contornos inusitados. Um livro recém lançado na Inglaterra, Dress at the court of King Henry VIII (A moda na corte de Henrique VIII), da historiadora Maria Hayward, mostra que o rei era vaidoso a ponto de contar com uma equipe firmemente dedicada a abastecer seu guarda-roupa com as peças e tecidos mais finos e luxuosos que havia no período. No caso, não se trata apenas de enriquecer o acervo do closet real. O monarca tinha a seu dispor um departamento chamado o Grande Guarda-Roupa, que abrigou cerca de 700 itens.
Vestir-se com apuro pode parecer uma característica natural da nobreza. Mas a verdade é que a coroação de Henrique VIII, à beira dos 18 anos, trouxe um ar menos conservador. Durante o reinado de seu pai, Henrique VII, a moda palaciana era mais austera. O velho rei não desperdiçava dinheiro. Muito pelo contrário.Quando o jovem Henrique subiu ao trono, houve uma profunda mudança da vida na corte. O novo monarca gostava de caça, tênis, música, dança e vinho. Era extravagante e espalhafatoso. Ao assumir a coroa, Henrique VIII aumentou as despesas com vestimentas pessoais, trajes cerimoniais, sapatos, chapéus e acessórios. “As roupas eram muito importantes para ele. Havia dias especiais em que usava roxo e escarlate”, diz Maria. O rei também estimulou o convívio da nobreza com artistas e designers, atento à bela impressão que sua suntuosa corte causaria no mundo.
Poucos anos depois, os jovens príncipes da França e da Espanha viraram reis e aumentaram o luxo palaciano, passando a concorrer com Henrique VIII. O monarca inglês incrementou ainda mais o guarda-roupa real. Para Maria Hayward, pesquisadora do Textile Conservation Centre(instituição da Universidade de Southampton que estuda conservação de tecidos), tal esmero foi uma maneira de ressaltar a supremacia de Henrique VIII entre os nobres europeus. O departamento de guarda-roupa, portanto, recebeu um papel especial. “Vestimentas têm sido estudadas como um exemplo de sistema semiótico”, aponta Maria. Em outras palavras, coube ao arsenal de tecidos, peles e forros a missão de transmitir a mensagem de que Henrique VIII brilhava mais do que os demais.
Com isso, o Grande Guarda-Roupa conquistou mais prestígio. Suas dependências ocupavam um prédio nas cercanias do castelo de Baynard, em Londres, perto do rio Tâmisa. Havia quatro pessoas que exerciam funções vitais no departamento: o alfaiate do cerimonial, o “porteiro” (uma espécie de controlador do acesso ao depósito de tecidos), o caixeiro (que mexia com o orçamento) e o mantenedor (encarregado de lidar com mercadores, comprar roupas e até cuidar para que uma peça não mais desejada deixasse de ocupar um espaço precioso). Os responsáveis pelo departamento faziam inventários tanto do material usado para fazer as roupas quanto dos acessórios, além de anotar a entrada e a saída de dinheiro.
ACERVO As roupas reais não resistiram ao tempo. De Henrique VIII restam armaduras
Essas listas nortearam a pesquisa de Maria, que se dedica ao estudo dos Tudors – a dinastia de Henrique VIII – desde 1990. Os apontamentos demonstram que foram gastos quatro xelins nas “botas para futebol”. Um valor considerável. Uma babá para os meninos da corte recebia dez xelins por semana. As botas de couro, costuradas manualmente por Cornelius Johnson, em 1525, foram encomendadas porque sua majestade desejava disputar uma antiga versão de futebol, então um esporte extremamente agressivo, nada indicado para cavalheiros. Junto com o pedido, foram solicitados mais dez pares de calçados de couro e 38 pares de sapatos de veludo nas cores roxo, preto e carmim, entre outros acessórios.
As listas disponíveis não compreendem todo o reinado do fundador da Igreja Anglicana. Nenhuma das peças do Grande Guarda-Roupa de Henrique VIII sobreviveu ao desgaste dos séculos. De seu acervo pessoal restam algumas armaduras. Uma análise dos retratos do rei, no entanto, dá o tom do garbo da corte. As imagens estampam um Henrique VIII fora de forma, mas a riqueza dos tecidos, os delicados bordados nas vestes e a profusão de adereços pedras preciosas denotam que a mensagem de poder e luxo atravessou os tempos